Uma cerimônia marcou a chegada do bonde elétrico doado pela prefeitura de Nagasaki à cidade de Santos, na manhã desta terça-feira (02) na histórica Estação do Valongo, no Centro Histórico. A solenidade contou com a presença de várias autoridades da comunidade nipo-brasileira e do poder público municipal.
O processo de doação durou cerca de quatro anos até a sua formalização em 2014. O veículo, que passará a integrar a frota turística conhecida como Museu Vivo Internacional de Bondes, chegou à Santos após uma operação complexa de logística e de documentação em 42 dias de viagem e passagem pelos portos de Hakata (Japão) e Busan (Coreia do Sul).
Em perfeito estado de conservação, o bonde foi fabricado em 1950 e tem capacidade para 34 pessoas e conta com ar condicionado e argolas para os passageiros que viajavam em pé. O veículo chegou à Santos com a sinalização até então usada em suas operações no Japão, como as informações de tarifa e das especificações do bonde.
O cônsul geral do Japão em São Paulo, Takahiro Nakamae, preferiu abdicar do discurso previamente escrito para expressar seu sentimento sobre a chegada do bonde. “Este ano completamos os 108 anos da imigração japonesa no Brasil. Santos recebeu muitos imigrantes que vieram do Japão em navios. O bonde também chegou pelo mar, como os imigrantes, para ajudar no desenvolvimento econômico e social do País”.
Além disso, o veículo trouxe uma figura de dragão feita em tecido, personagem de danças e festas típicas de Nagasaki que foram influenciadas pela cultura chinesa.
O bonde deve passar por revisões de manutenção e adaptações até entrar em circulação, previsto já para o primeiro semestre deste ano. A intenção é de transformá-lo no “Sushi Bonde”, que fará o roteiro turístico do Centro Histórico também oferecendo degustação de sushi e sashimi, seguindo os passos de um bonde doado pela prefeitura de Turim (Itália) usado para a prova de diversos tipos de café.